Mestre Pirulito
A capoeira me mudou muito. Hoje, eu passo para os meus alunos o que o meu Mestre me ensinou, e o que a vida foi me ensinando.
“Respeite o próximo como você deseja ser respeitado”
Mestre Pirulito
Mestre Pirulito, Marcus Vinicius da Silva Gregório, nasceu em 1973, em São Gonçalo e atualmente é morador do município de Niterói. É um homem negro, formado pela Capoeira, e exerce a profissão de mecânico. Sustenta a sua família com o seu trabalho de mecânico e dá aulas de capoeira gratuitas, em Niterói.
“Eu tive bastante dificuldade para completar os estudos, pois tive que trabalhar cedo. A minha família é de baixa renda, nós tínhamos muita dificuldade. Comecei como ajudante e consegui me formar como mecânico. Hoje, consegui fazer o técnico em mecânica. ”
Do apelido à Associação
É fundador da Associação de Capoeira Liberdade na Ginga, fundada em 2019. Anteriormente, fez parte da Associação de Capoeira Ginga de Corpo, fundada pelo Mestre Chita. Ganhou o apelido, Pirulito, do Mestre Juquinha, na ocasião, treinava na academia dele.
“Meu mestre foi o Mestríssimo Chita, Itamar da Conceição Magalhães. Eu comecei na capoeira com 8 pra 9 anos de idade. Na época, morava com a minha falecida avó e ela me colocou em um colégio particular no Rocha, em São Gonçalo, onde tive meu primeiro contato com a capoeira. Participei de alguns grupos pequenos, mas me firmei mesmo no Ginga de Corpo, onde me formei mestre.
Depois de seis anos de mestre, decidi formar meu próprio grupo, a Associação de Capoeira Liberdade na Ginga. Hoje, dou aula na Associação de Moradores da 94, em São Domingo, Niterói, realizando trabalho voluntário há quatro anos. ”
Mestre Pirulito
fotos: Maria Buzanovsky
A capoeira na vida
Os impactos da capoeira na vida do Mestre Pirulito ocorreram na sua formação ainda criança,
“A capoeira me mudou muito. Eu era uma criança brigona e não queria estudar. Com a capoeira, o esporte, fui mudando. Hoje, eu passo para os meus alunos o que o meu Mestre me ensinou, e o que a vida foi me ensinando. ”
…e o racismo
Sobre o racismo, o preconceito e as lutas e resistências da capoeira, Mestre Pirulito aponta que,
“É muito comum isso que acontece nos mercados por você ser negro. Os seguranças sempre ficam te vigiando. ”